PENSO LOGO DESISTO
Havia numa aldeia transmontana
um rapazinho que não nasceu para trabalhar.
dizia que trabalhar faz calos,
apenas queria levar a vida a cantar.
Cantava que se fartava,
qual cigarra cantadeira e a sua voz fazia tremer,
o pior era quando chegava a época fria de inverno,
que nada tinha para comer.
Cada vez que os seus pais
lhe diziam que tinha de fazer alguma coisa,
que tinha trabalhar,
ficava pior do que estragado,
era defecar pior do que uma barata,
e, ficava todo enervado e a suar.
Além do mais, o puto era colherengo,
o rapaz era danado para a trincadeira,
e, quando, finalmente, acabou por arranjar trabalho,
adormecia sempre à sombra da betoneira.
Há jovens assim.
Prof. eduardo Teixeira